Por que os Fundos Imobiliários estão caindo ?

Nos últimos dias, os Fundos Imobiliários (FIs) têm enfrentado uma queda significativa em seus valores, deixando muitos investidores preocupados. Essa tendência negativa levanta diversas questões: Qual é a origem desse declínio? Quais fatores estão impactando os FIs? Nesta matéria, exploraremos as razões por trás dessa queda e discutiremos possíveis cenários para o futuro desse segmento do mercado financeiro.

O impacto da alta da Selic nos FIIs

Recentemente, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou um aumento na taxa básica de juros, a famosa Selic, para 10,75%. Essa mudança tem consequências significativas para os investimentos, especialmente os Fundos de Investimento Imobiliários (FIIs). Vamos entender por quê:

1. Relação negativa com o IFIX:

   • A Selic e o índice de fundos imobiliários (IFIX) têm uma correlação negativa. Quando a Selic sobe, os investimentos em renda fixa se tornam mais atrativos, levando os investidores a migrarem para esses ativos de menor risco. Isso impacta negativamente a performance dos FIIs, que geralmente estão ligados ao mercado imobiliário real.
   • Os fundos de papel (compostos principalmente por ativos de renda fixa) tendem a se beneficiar com a alta da Selic, enquanto os fundos de tijolo (com ativos físicos, como imóveis) podem ser afetados negativamente.

2. Diferença entre fundos de papel e tijolo:

   • Os fundos de papel são menos correlacionados com a taxa DI (que segue a Selic) em comparação com os fundos de tijolo. Isso significa que, mesmo com a alta da Selic, os fundos de papel podem apresentar maior resiliência.
   • Os fundos de papel costumam ter dividend yields maiores e são considerados mais defensivos em cenários macroeconômicos conturbados.

3. Composição do IFIX:

   • Desde 2014, os fundos de papel têm ganhado relevância no IFIX, representando atualmente cerca de 39% do índice. Essa mudança parece ter diminuído a correlação do IFIX com a Selic.
   • Os fundos de papel podem estar melhor posicionados para enfrentar um cenário desafiador.

4. Perspectivas futuras:

   • Apesar da expectativa de que a taxa básica de juros (Selic) diminua nos próximos meses, as estimativas apontam que ela permanecerá em patamares de dois dígitos até o final de 2024. Essa situação continua favorecendo os fundos de investimento lastreados em títulos de renda fixa atrelados ao CDI e à variação do IPCA.
   • Além disso, a desaceleração da inflação pode beneficiar o setor de shoppings e, consequentemente, os fundos imobiliários.

Em resumo, os FIIs estão enfrentando um período de ajustes devido à alta da Selic, mas a diversificação e a escolha criteriosa entre fundos de papel e tijolo podem ajudar os investidores a navegarem nesse cenário desafiador. Além disso, para investidores de longo prazo, a queda desses ativos pode significar oportunidade.

Exemplos de Fundos Imobiliários de Papel:

Com a perspectiva de uma Selic mais alta, alguns Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) de papel têm a oportunidade de se destacar. Esses fundos, ao contrário dos FIIs de tijolo que investem diretamente em imóveis físicos, focam em ativos de renda fixa ligados ao mercado imobiliário. Na tabela abaixo estão alguns fundos imobiliários que foram selecionados para exemplificar.

Os fundos listados na tabela foram selecionados aleatoriamente, tendo como critérios apenas o segmento do fundo e sua liquidez diária. Lembrando que, embora os FIIs de papel possam ser uma boa opção em cenários de alta da Selic, é sempre importante avaliar o perfil de risco e a diversificação da sua carteira de investimentos.

Além disso, é importante buscar conhecimento para realizar a sua própria seleção de fundos imobiliários, por conta disso, selecionamos um livro de fácil leitura, custando menos que um combo do seu Fast Food favorito, clique aqui e confira.