Curve trade na renda fixa: oportunidades após Selic a 15%

curve trade

Visão geral

Com a taxa Selic em 15% a.a. e o Copom sinalizando manutenção no curto prazo, a curva de juros nacional se mostra ideal para estratégias de curve trade. Nessa configuração, investidores buscam explorar ganhos na diferença de rendimento entre títulos de prazos distintos, usando operações de steepener (curva mais inclinada) ou flattener (curva mais achatada).

O que é curve trade?

  • Steepener: posiciona-se comprado em títulos de longo prazo e vendido em títulos de curto, apostando no aumento do spread entre eles.
  • Flattener: faz o oposto, vendendo prazos longos e comprando prazos curtos, quando se espera redução do spread.

Essas operações podem ser estruturadas diretamente via contratos DI futuro ou usando Tesouro Direto (prefixados vs. Tesouro Selic/IPCA+).

Configuração atual da curva de juros

  1. DI futuros (taxas fechadas em 04/07/2025):
VencimentoTaxa (%)
Jan/2614,93
Jan/2714,19
Jan/2913,23
Jan/3113,29
Jan/3513,33

Diferencial Jan/35 – Jan/26 passou de –137,5 bps para –159,5 bps na última semana, refletindo curva mais invertida e prêmio elevado para steepener.

  1. Tesouro Direto – prefixados (atualizados em 01/07/2025):
TítuloVencimentoTaxa (%)
Prefixado 202801/01/202813,25
Prefixado 203201/01/203213,31
Prefixado 2035 (juros sem.)01/01/203513,44

Esses papéis oferecem yields bem acima do IPCA+ e do Tesouro Selic, gerando oportunidades em operações de curva.

Estratégias de steepener

Para quem espera queda dos juros de curto prazo antes dos longos, a operação clássica é:

  • Long DI jan/35 + Short DI jan/26:
    • Compra Jan/35 a 13,33% e vende Jan/26 a 14,93%
    • Ganha se o spread (Jan/26 – Jan/35) estreitar (curva ficar mais inclinada)
  • Long prefixado 2035 + Short 2028 no Tesouro Direto:
  • Aproveita a expectativa de redução de prêmio nos papéis mais curtos
  • Use alavancagem em derivativos se disponível para turbinar retorno

Estratégias de flattener

Caso o mercado sinalize cortes uniformes em toda a curva:

  • Short DI jan/35 + Long DI jan/26:
    • Lucra se a diferença entre longos e curtos reduzir (curva achatada)
  • Short prefixado 2035 + Long Tesouro Selic:
  • Protege carteira de alta súbita de juros de longo prazo
  • Garante liquidez diária no Tesouro Selic para rebalancear

Riscos e cenários

  • Risco de reinversão: se a Selic cair para 12,5% em 2026, o Valuation de longos aumenta e pode gerar perdas em steepeners mal alocadas.
  • Volatilidade fiscal: decisões sobre teto de gastos e pacote fiscal pós-eleitoral podem reabrir curva e impactar marcação a mercado.
  • Fluxo de capital estrangeiro: ingresso ou saída de recursos em títulos públicos produz movimentos bruscos na ponta longa.

Como montar a operação na prática

  1. Defina horizonte e exposição máxima (ex.: 1 a 3 meses).
  2. Escolha o instrumento (DI futuro, NTN-F ou DIx vs. Selic).
  3. Monte simulação de ganho/perda para variações de spread de ±20 bps.
  4. Acompanhe boletins Focus e projeções de Selic (14,75% fim 2025 e 12,5% em 2026) para ajustes rápidos.
  5. Proteja a operação com stops ou hedge cambial se usar BDRs ou FGC de bancos médios.

Conclusão

A curva de juros brasileira, com Selic estabilizada em patamar máximo, abre janelas tanto para steepener quanto para flattener. A chave é calibrar bem prazos, exposição e acompanhar cenários de juros curtos vs. longos.

Fique atento às próximas reuniões do Copom e às projeções de mercado para ajustar posições e capturar ganhos nesse momento de rendimentos elevados na renda fixa.

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Olá! Sou um analista de sistemas com uma paixão por tecnologia e um interesse especial em investimentos. Acredito que a educação financeira é a chave para alcançarmos nossos objetivos financeiros e, por isso, estou aqui para aprender e compartilhar conhecimento nesse fascinante mundo das finanças. Vamos explorar juntos como multiplicar nosso dinheiro de forma inteligente!

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